A fisioterapia no auxílio do tratamento do câncer de próstata

A próstata é uma glândula relativamente pequena, localizada na frente do reto e embaixo da bexiga. Ela envolve o canal da uretra masculina e tem a função de produzir o fluído que protege e nutre os espermatozóides no sêmen, tornando-o mais líquido. 1

Por volta dos 40 anos de idade, em cerca de 90% dos homens adultos, existe um crescimento benigno chamado hiperplasia, que pode gerar alguns transtornos ao urinar (jato intermitente e retenção urinária). A partir dos 50 anos, associado ou não à hiperplasia, existe a possibilidade do câncer de próstata, sendo este o tumor mais frequente no homem brasileiro. 2

A prostatectomia radical é o mais antigo e possivelmente o mais eficaz método de tratamento do câncer de próstata localizado. No entanto, essa cirurgia causa algumas complicações. É importante salientar que quanto mais cedo o problema for descoberto, menor os danos da operação.

A incontinência urinária é uma das queixas mais frequentes em pacientes prostatectomizados, seguida da disfunção erétil – assunto pra um próximo post.

Em muitos pacientes, a perda urinária melhora em alguns dias, semanas ou meses sem intervenção. Em uma pequena proporção de pacientes, isso não ocorre. Este problema gera um grande impacto na qualidade de vida e necessita de tratamento, o qual poderá ser farmacológico, cirúrgico ou fisioterapêutico.

O trabalho da fisioterapia pode incluir o treino da musculatura do assoalho pélvico com o uso do biofeedback, cinesioterapia, eletroestimulação ou uma combinação desses métodos. Todas essas condutas tem como finalidade melhorar a eficácia do esfíncter uretral através do fortalecimento. A eletroestimulação também pode ajudar facilitando a contração dos músculos estriados periuretrais pela ativação do esfíncter e inibição do músculo detrusor. Além disso podem ser realizadas alterações e modificações do estilo de vida, como a diminuição ou eliminação da cafeína e do fumo, exercícios físicos e treinamento vesical, a chamada terapia comportamental. 3

1Prostatectomia. Leila Roseana Zavarize. 2013.

2KUBAGAWAL, L. M. et al. A eficácia do tratamento fisioterapêutico da incontinência urinária masculina após prostatectomia. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 52, n. 2, 2006.

3KAKIHARA, C. T.; SENS, Y.A.S; FERREIRA, U. Efeito do treinamento funcional do assoalho pélvico associado ou não à eletroestimulação na incontinência urinária após prostatectomia radical. Rev. bras. fisioter. v.11, n.6, São Carlos, 2007.

Publicado por

Marilia Cavalli de Oliveira

Fisioterapeuta formada pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), atuando na área de Uroginecologia desde 2011.

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