Os exercícios abdominais aumentam a pressão intra abdominal, comprimindo vísceras e distribuindo a carga para o assoalho pélvico. Isso afeta indiretamente a pressão sobre a bexiga, o que é uma condição favorável para haver perda involuntária de urina.
O exercício físico intenso é um fator que potencializa a prevalência de incontinência urinária, principalmente envolvendo esportes que exijam trabalho intenso da musculatura abdominal. O que se vê é que a maioria das atividades físicas não envolve contração voluntária do assoalho pélvico, o que pode acarretar déficit funcional por perda ou ausência da consciência e coordenação do períneo, levando à hipotrofia por desuso. 1
O descondicionamento, a carga repetida sobre essa musculatura e o aumento frequente da pressão intra abdominal, diminuem a eficiência mecânica do assoalho pélvico. Portanto, mulheres que fazem exercícios físicos não possuem necessariamente músculos perineais mais fortes do que as que não fazem.
A ativação dos músculos perineais é essencial para manter a continência quando a pressão intra abdominal aumenta devido à contração dos músculos abdominais. Mulheres que fazem exercícios sem realizar a contração perineal podem evidenciar, além da incontinência urinária, outras disfunções do assoalho pélvico. 2
Isso só reforça a importância do treino da musculatura perineal na prevenção e no tratamento da incontinência urinária de esforço. E isso vale para todas as mulheres – praticantes ou não de atividade física ou de abdominais. Não basta ter um abdômen definido, ter saúde e ter músculos funcionais.
1 KORELO, R. I. G et al. Influência do fortalecimento abdominal na função perineal, associado ou não à orientação de contração do assoalho pélvico, em nulíparas. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 24, n. 1, jan./mar. 2011.
2 É correto contrair o assoalho pélvico no pilates? Janaína Cintas, setembro 2017.