A fisioterapia uropediátrica tem papel fundamental no tratamento das disfunções do trato urinário inferior da criança. As disfunções podem acometer bexiga, esfíncter e os músculos do assoalho pélvico.
O “amadurecimento” da bexiga da criança pode ocorrer até os 5 anos de idade, no entanto há crianças que já não urinam na roupa com 1,3 ou 4 anos. Isto irá depender do desenvolvimento do sistema nervoso central de cada uma. Entretanto, o não “amadurecimento” da bexiga levará a perda urinária, principalmente durante a noite, a chamada enurese. 1
Outros problemas que podem acontecer são perdas urinárias durante o dia, acompanhadas ou não por urgência miccional, constipação intestinal, infecções urinárias, assaduras ou refluxo vesicouretral.
Isso tudo pode causar constrangimento social, restrição ao desenvolvimento, diminuição no rendimento escolar e problemas psicológicos importantes na vida da criança.
Através de uma avaliação completa, o profissional poderá escolher as melhores técnicas a serem utilizadas para o tratamento. Os objetivos da fisioterapia são restabelecer um padrão miccional próximo da normalidade, prevenir lesão renal, além de melhorar qualidade de vida da criança. Já entre as condutas, pode-se trabalhar com reeducação da bexiga, programar os horários de urinar, orientar sobre a ingesta hídrica e de alimentos que irritam a bexiga e treinar os músculos do assoalho pélvico através de exercícios lúdicos realizados ativamente pela criança com o objetivo de melhorar o quadro de incontinência urinária. 2
É importante que se entenda e se diferencie o que é normal e o que é disfuncional nas crianças, em cada fase do desenvolvimento, como, por exemplo, no início da continência urinária e fecal. Tirar dúvidas com o pediatra, procurar um uropediatra e encontrar um fisioterapeuta pélvico são as melhores opções para que se possa traçar o melhor tratamento.
1 PEREIRA, C. Uropediatria.