A síndrome da bexiga dolorosa ou cistite intersticial é definida pela Sociedade Internacional de Continência (ICS) como uma afecção que acomete a bexiga, caracterizada pela existência de incômodo (dor, ardência, peso, pressão, desconforto) na região suprapúbica. 1
É uma desordem crônica, tem duração de pelo menos 6 semanas, encontrada mais comumente em mulheres, manifestando-se por grande variedade de sintomas irritativos, porém sem haver de fato sinais de infecção. Outros sintomas comuns são o aumento na frequência urinária e noctúria (necessidade de se levantar durante a noite para esvaziar a bexiga), dor pélvica e dispareunia (dor na relação sexual). E todos eles sempre estão relacionada à bexiga – principalmente quando ela está cheia.
A causa precisa dessa síndrome ainda é desconhecida. A grande dificuldade encontra-se na variedade das alterações observadas à microscopia e do quadro clínico. Por isso, acredita-se ser multifatorial. Para o correto diagnóstico, podem ser indicados exames complementares para excluírem-se doenças com sintomas semelhantes – infecção urinária, disfunções miccionais, cálculos urinários (renais ou na bexiga), endometriose, infecção ginecológica e alguns tipos de cânceres urológicos. No exame físico, além dos sintomas já relatados, pode-se apresentar sensibilidade no abdômen, na região pélvica uretral. 2
Quanto á terapêutica, não existe um tratamento simples para eliminar os sinais e sintomas da cistite intersticial. Do mesmo modo, não há um tratamento que funcione para todos. Existem algumas mudanças de hábitos, como ensinar o paciente a evitar fatores que possam agravar o quadro, como o estresse, identificar alimentos (bebidas alcoólicas, cafeína, pimenta, cítricos, soja), atividades e situações que desencadeiam os sintomas. Existem medicamentos que podem ser usados para controle dos sintomas, como os analgésicos, anti-inflamatórios e antidepressivos. Alguns fármacos também podem atuar na reparação do revestimento da bexiga em pessoas com síndrome da bexiga dolorosa. 3
A fisioterapia também tem papel importante no tratamento da cistite intersticial, com melhora nos sintomas, visto que são utilizadas técnicas minimamente invasivas e com baixos efeitos colaterais. Saiba mais sobre ela no próximo post.
1 DUARTE, T. B. et al. Fisioterapia na cistite intersticial. Rev. FEMINA, v. 38, n. 7, julho, 2010.
2 NORONHA, A. P. CARVALHO, F. G. Síndrome da bexiga dolorosa: o que é? Julho, 2016.
3 PINHEIRO, P. Cistite intersticial – síndrome da bexiga dolorosa. Maio, 2017.