Pilates e o assoalho pélvico

O pilates é um método de exercícios que visam trabalhar corpo e mente integrados, com fortalecimento e alongamento. A ênfase dos exercícios é na estabilidade, ou seja, estimula a ativação de músculos pélvicos, abdominais e posturais.

A contração muscular, principalmente durante a expiração, é da região que se estende da base das costelas até a região inferior da pelve, formando um cinturão, conhecido também como core ou power house. Participam desse centro de força os músculos diafragma, multífidos, transverso do abdômen e assoalho pélvico.

Com isso, hoje fala-se muito sobre o uso do método pilates no tratamento das disfunções do assoalho pélvico, por exemplo a incontinência urinária. Contudo, é eficaz?

O tratamento da incontinência urinária pela fisioterapia envolve a atuação de profissionais especializados, que realizam uma avaliação específica e utilizam de várias técnicas para a melhora dos sintomas.

O grande problema é que nas aulas de pilates tradicionais, nem sempre há uma orientação e acompanhamento para saber se a paciente está ativando essa musculatura corretamente. Pode existir ativação maior da musculatura, que chamamos de acessória, que são adutores, glúteos e abdominais, negligenciando a musculatura de assoalho pélvico que normalmente está mais fraca. Além disso, pode haver também hipertonias, pelo relaxamento inadequado, desencadeando outras disfunções como dor pélvica. 1

Isso não significa que os exercícios do método não são eficazes. Eles realmente podem melhorar os sintomas de perda urinária, no entanto devemos pensar em algumas condições. Segunda a fisioterapeuta, especialista na área pélvica, Liris Wuo, se existe a presença de sintomas urinários, deve-se procurar um profissional habilitado para uma avaliação e acompanhamento específico, dando condições para a prática de pilates posteriormente. Ou seja, o pilates pode ser um co-adjuvante quando bem indicado e paralelo a reabilitação pélvica.

Mesmo nos casos de prevenção, existe a necessidade de uma avaliação, pois a contração correta dos músculos pélvicos pode oferecer melhores condições para a prática do pilates e de demais atividades físicas e esportivas.

1 Patrícia de Andrade Valeriano. Pilates para Gestantes. Maio 2016.

Publicado por

Marilia Cavalli de Oliveira

Fisioterapeuta formada pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), atuando na área de Uroginecologia desde 2011.

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