A perda involuntária de urina é um problema social e higiênico e muitas vezes é interpretada, equivocadamente, como parte natural do envelhecimento. E, atualmente, com o aumento da expectativa de vida, não devemos mais pensar desta maneira.
Cada vez mais, os médicos e os demais serviços de saúde devem estar aptos a tratar as doenças dos idosos, melhorando sua qualidade de vida. Deve-se assegurar que o idoso, além de viver muito, viva bem, com saúde e autonomia.
A prevalência da incontinência urinária aumenta com a idade, mas não está diretamente ligada ao envelhecimento. O que sabe-se é que alterações relacionadas com a idade ao nível do trato urinário e da função do Assoalho Pélvico podem contribuir para a perda do controle vesical nos idosos. Além disso, a própria diminuição da mobilidade pode estar associada a uma dificuldade em retardar a micção – urgência miccional – relativamente frequente no idoso, impedindo que a pessoa se desloque até ao banheiro a tempo. A bexiga do idoso também perde algumas propriedades tornando-se frequentemente hiperativa, isto é, obriga a micções mais frequentes, de pequeno volume e acompanhadas de urgência. Com isso, são também muito frequentes, quer no homem como na mulher, as micções noturnas. 1
O tratamento da incontinência nos idosos demanda uma cuidadosa avaliação de todos os fatores que possam estar direta ou indiretamente ligados na perda urinária.
Na terapêutica, é possível começar por medidas práticas que facilitem a acessibilidade do idoso, como tentar motivá-lo a se mobilizar proporcionando facilidade em se levantar para ir ao banheiro. 1
É importante atentar-se aos medicamentos que o idoso está em uso e os seus horários. Alguns sedativos têm ação muito prolongada e deprimem demais o estado de consciência do idoso, deixando-o sonolento ou mesmo confuso. É também muito comum o idoso estar em uso de anti hipertensivos, que geralmente, tem ação diurética. 2
Observar a ingesta de líquidos e a última refeição do dia para não aumentar a necessidade do idoso urinar durante a noite, também é válido.
Existem muitas outras opções terapêuticas, dentro do tratamento conservador, além das intervenções comportamentais. A reeducação da musculatura do Assoalho Pélvico tem resultados eficazes na incontinência. Por fim pode ser feito o uso de fármacos ou optar por uma abordagem cirúrgica. A opção terapêutica deve ser vista caso-a-caso.
Por isso o tratamento deve ser multidisciplinar e procurar profissionais especializados é essencial para o seu sucesso.
1 Incontinência urinária do idoso. 2013.
2 REIS, R. B. et al. Incontinência urinária no idoso. Rev. Acta Cir. Bras. v.18, São Paulo. 2003.