Incontinência urinária e sexualidade

Hoje o texto vai ser diferente! Além de ter a contribuição da sexóloga, psicanalista e fisioterapeuta pélvica Lelah Monteiro, o assunto nunca apareceu aqui no blog e o formato que decidimos abordá-lo foi como uma entrevista.

Primeiramente é importante saber a definição de incontinência urinária: qualquer perda involuntária de urina. É uma condição comum, mas não normal, que acomete, principalmente mulheres. Um sintoma que tem implicação social, causando desconforto, vergonha, perda da autoconfiança, e que pode ter efeito negativo na qualidade de vida.

Vamos as perguntas a quem entende do assunto:

  • Qual o impacto que, mulheres que convivem com a incontinência e que tem vida sexual ativa, consideram a disfunção sexual nas suas vidas?

Essas mulheres ficam amedrontadas, acabam mentindo pra si mesmas, para não exercer a sua sexualidade. Chegando a quadros depressivos e até terminam os relacionamentos. A fala, dentro do consultório é “matei a minha libido por medo de ser humilhada.” Nesse cenário, a verdade é que essas mulheres, muitas vezes, não tem vida sexual ativa, mas com certeza isso já é assunto para um outro texto.

  • Na sua experiência clínica, quais as principais queixas que aparecem quanto a interferência da incontinência na vida sexual?

Pode acontecer restrição da atividade sexual causada pela perda de urina, dor durante a relação, não existir prazer ou desejo de ter relação, diminuição ou evitamento a atividade sexual, necessidade de interromper a relação para urinar ou sentir vontade de urinar durante a relação sexual. Nos casos de bexiga hiperativa, por exemplo, as mulheres tem medo o tempo inteiro, e o que acontece é a interrupção da relação para urinar e o encurtamento da relação para evitar a perda. A verdade é que existem muitas variedades, situações até não relatadas, por vergonha.

  • Quais medidas de tratamento são possíveis de serem utilizadas nos casos das duas queixas simultaneamente – incontinência urinária e disfunção sexual?

Medidas comportamentais, trazer o casal para o consultório, numa conversa aberta e refazer os laços abalados. Na fisioterapia, o clássico, exercícios e conscientização corporal. Abordar as duas condutas juntas é importantíssimo.

E um último recado da nossa convidada foi: é importantíssimo que essa mulher busque tratamento, seja honesta consigo mesma, cuide da sua saúde plena, saúde sexual, íntima e afetiva. Nenhuma perda de urina é normal.

Muito obrigada Lelah pela parceria e colaboração, novamente, no nosso blog! Ótima profissional, especialista no assunto e que também tem um blog – recheado de conteúdos a fins e muito mais!

Publicado por

Marilia Cavalli de Oliveira

Fisioterapeuta formada pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), atuando na área de Uroginecologia desde 2011.

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